
O tiro esportivo paralímpico é uma das expressões mais fortes de superação e excelência técnica no esporte adaptado.
Desde sua estreia nos Jogos Paralímpicos de 1976, a modalidade vem mostrando como disciplina, tecnologia e força mental são capazes de transformar limites físicos em performances de altíssimo nível.
Uma trajetória de evolução e inclusão
A primeira participação do tiro esportivo paralímpico aconteceu em Toronto, inicialmente com provas masculinas. A partir de 1980, em Arnhem, as mulheres também passaram a integrar as disputas, consolidando a inclusão feminina no esporte.
Durante as décadas seguintes, o programa passou por diversas mudanças no formato das provas até alcançar o modelo atual, estabelecido nos Jogos de Atlanta 1996.
O desenvolvimento contínuo das regras e das classificações reflete o compromisso das entidades internacionais com a igualdade de condições e o fortalecimento da competitividade no esporte adaptado.
Brasil: da ausência ao protagonismo
Apesar de sua existência desde 1976, o Brasil só conseguiu marcar presença de forma consistente a partir dos anos 2000, com o apoio estruturado do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). Carlos Henrique Procopiak Garletti representou o país em Pequim 2008, marcando o retorno brasileiro à modalidade.
Com a criação de centros de treinamento e a identificação de novos talentos, o Brasil viu surgir nomes de peso, como Alexandre Galgani, que em Paris 2024 alcançou um feito inédito: conquistou a primeira medalha paralímpica do Brasil no tiro esportivo, com a prata na prova R5 – carabina de ar 10m misto SH2.
A história inspiradora de Alexandre Galgani
Aos 18 anos, Alexandre Galgani sofreu uma lesão medular em um acidente ao mergulhar, resultando em severas limitações motoras. Mesmo com as restrições físicas, encontrou no tiro esportivo uma nova missão e, com criatividade, adaptou treinos até mesmo em casa, onde montou um pequeno estande improvisado.
Competindo na categoria SH2 — reservada a atiradores que utilizam suporte para a arma —, Galgani transformou o obstáculo em motivação. Em Paris, somou 254,2 pontos, ficando atrás apenas do francês Tanguy de la Forest e superando a japonesa Mika Mizuta, resultado de anos de trabalho, dedicação e resiliência.
Como funciona o tiro esportivo paralímpico
As regras seguem a base da ISSF, com ajustes do IPC para atender às necessidades dos atletas com deficiência. As provas são disputadas com carabinas e pistolas de ar comprimido (4,5 mm para 10 metros e 5,6 mm nas provas de 25 e 50 metros), com divisões em duas classes:
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SH1: atletas com capacidade de sustentar a arma sem apoio externo.
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SH2: atletas que precisam de suporte mecânico para a arma.
Essas adaptações garantem a equidade competitiva e permitem que diferentes tipos de deficiência não comprometam o nível técnico das provas.
Um novo capítulo para o Brasil no esporte paralímpico
A loja Utah Gun Store, de Atla Floresta D'Oeste (RO), destaca que o resultado obtido em Paris 2024 representa um marco para o tiro esportivo adaptado no país. Com a visibilidade crescente, o Brasil inicia um novo ciclo de investimentos, desenvolvimento técnico e ampliação do número de praticantes na modalidade.
A medalha de Galgani é mais do que um triunfo individual: simboliza o poder transformador do esporte na vida dos atletas e na construção de novas histórias de superação.
Para saber mais sobre tiro esportivo nas Paralimpíadas, acesse:
https://cpb.org.br/modalidades/tiro-esportivo/
Se você se interessou por esse conteúdo, saiba mais em:
https://utahgunstore.com.br/publicacao/tiro_esportivo_nas_olimpiadas
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